Uma vida em linha reta, com prazo, tarefas inúteis, hora e apatia, parece ser a especialidade do mundo. Tudo bem servido nos vagões que nos levam de um lado para outro, mas quase nunca ao destino que sonhamos quando crianças. Mas há os descarrilamentos e neles as pequenas alegrias. Porque algumas peças antigas se desgastam, para o nosso bem. Ali, no que comumente chamam de acidente, ou erro, existe vida. Felizes os que se contentam com as pequenas coisas. E não estou falando dos que sorriem para os anões, como na antiga piada. Bem, eu só queria dizer, antes de divagar, que, ao cuidar dos pés do meu filho, um centroavante de 7 anos, eu tive uma revelação. Quando escaldava, limpava e aplicava pomada naquelas pequenas maravilhas que marcam gols, eu pensei em como somos, pai e filho, parecidos, física e emocionalmente. Pensei, como os pais constumam pensar, em como esse rapazinho é a extensão do que sou, a minha continuação, para o bem ou para o mal. Sempre rimos das mesmas coisas e nossos interesses estão cada vez mais estreitos. Sem falar de uma certa timidez que corre no nosso sangue, que mais tarde, espero, ele vai usar como charme. Enquanto você caminhar pelo mundo, João Pedro, não importa o tempo, seus pés serão os meus também. Cada passo, cada drible, jogada ou gol (acidental ou não), terão um pouco de mim. Eu o amo porque o entendo como criança, sem nunca subestimar a sua capacidade e força. Meu veloz e audaz jogador, para sempre. Eu beijo os seus pés, "na lei da humildade, conforme Jesus Cristo." Essa é a minha linha reta.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
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5 comentários:
Que lindo isso. Você sempre sabe como me emocionar.
Já é um pequeno grande homem esse joão!
Ooppsss.. Perdão pela letra minúscula... João!
Lindo, João. :)
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