(Death and Life, Gustav Klimt)
-----
A vida estende a mão
Aos que passam apressados
Aos que se movem sobre bicicletas
Ou carros cuidadosamente blindados
A vida estende a mão
Aos prudentes
E aos incautos
Aos famintos
E aos glutões
A vida estende a mão
Aos pedintes e aos mandachuvas
Beatos e pornógrafos
Lunáticos e físicos nucleares
Bombeiros e sucessores de Nero
A vida estende a mão
A toda sorte de gente:
Ferreiros javaneses, escritores mexicanos
Alfaiates tailandeses, bibliotecários cubanos
Economistas franceses, estafetas italianos
A vida não dá de ombros
A vida não entende o não vale a pena
A vida, esse rio do possível,
Está sempre jorrando
A vida simplesmente estende a mão
Se viver é melhor como dizem os vivos
Da morte nada se sabe
Se é fria ou doce
Repouso ou aniquilamento
Sonho ou brincadeira de Deus
Ontem éramos crianças
Hoje homens desconsolados
Já não brincamos com a antiga seriedade
Quem vai dançar em volta da fogueira
Quando estivermos mortos?
Nossos filhos estarão ocupados
Com os planos de sempre, adiados
E com outros jogos inventados
Quem, do meio da multidão
Voltará a face para a vida?
A vida, que estende a mão
Aos que passam apressados...
Uma pesada mão de mármore
Que remédio?
-----
A vida estende a mão
Aos que passam apressados
Aos que se movem sobre bicicletas
Ou carros cuidadosamente blindados
A vida estende a mão
Aos prudentes
E aos incautos
Aos famintos
E aos glutões
A vida estende a mão
Aos pedintes e aos mandachuvas
Beatos e pornógrafos
Lunáticos e físicos nucleares
Bombeiros e sucessores de Nero
A vida estende a mão
A toda sorte de gente:
Ferreiros javaneses, escritores mexicanos
Alfaiates tailandeses, bibliotecários cubanos
Economistas franceses, estafetas italianos
A vida não dá de ombros
A vida não entende o não vale a pena
A vida, esse rio do possível,
Está sempre jorrando
A vida simplesmente estende a mão
Se viver é melhor como dizem os vivos
Da morte nada se sabe
Se é fria ou doce
Repouso ou aniquilamento
Sonho ou brincadeira de Deus
Ontem éramos crianças
Hoje homens desconsolados
Já não brincamos com a antiga seriedade
Quem vai dançar em volta da fogueira
Quando estivermos mortos?
Nossos filhos estarão ocupados
Com os planos de sempre, adiados
E com outros jogos inventados
Quem, do meio da multidão
Voltará a face para a vida?
A vida, que estende a mão
Aos que passam apressados...
Uma pesada mão de mármore
Que remédio?
(Lutto T. Nebroso)
Um comentário:
Bem, acho que só eu comento as postagens, mas não faz mal. Sintoma de solidão? Não exatamente. Só queria situar algumas coisas. Se é que consigo. Esse foi um poema lido num sarau de professoras, recentemente, e acho que elas gostaram - como explicar? Fiz para uma publicação da qual participava. Tempo bom. Nunca acertei a mão em escrever, mas sempre soube blefar. Não fracassei nesse propósito de mentir. Mas sinto vergonha desses versos primários. Vai ver eu estava bêbado.
Postar um comentário