segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

[Millôr Fernandes]

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"Poemeu - A Superstição é Imortal


Quando eu era bem menino
Tinha fadas no jardim
No porão um monstro albino
E uma bruxa bem ruim.

Cada lâmpada tinha um gênio
Que virava ano em milênio
E, coisa bem mais perversa,
Sapo em rei e vice-versa.

Tinha Ciclope, Centauro,
Autósito, Hidra e megera,
Fênix, Grifo, Minotauro,
Magia, pasmo e quimera.

Mas aí surgiram no horizonte
Além de Custer e seus confederados
A tecnologia mastodonte
Com tecnologistas bem safados
Esses homens da ciência me provaram
Que duendes, bruxas e omacéfalos
Eram produtos imbecis de meu encéfalo.
Nunca existiram e nunca existirão:
uma decepção!

Mas continuo inocente, acho.
Ou burro, bobo, ou borracho.
Pois toda noite eu vejo todo dia
Tudo que é estranho, raro, ou anomalia:
Padres sibilas
Hidras estruturalistas
Ministros gorilas
Avis raras feministas
Políticos de duas cabeças
Unicórnios marxistas
Antropólogas travessas
Mactocerontes psicanalistas
Cisnes pretos arquitetos
Economistas sereias
Democratas por decreto
E beldades feias
Que invadem a minha caverna
E me matam de aflição
Saindo da lanterna
Da televisão.

3 comentários:

Igor Luis disse...

E o texto, é de quem?

Muito bacana!

Lutto T. Nebroso disse...

Sei que passou no vestibular, Ígor. Parabéns. Destrua tudo na UnB, rapaz. ---- O texto é do Millôr, uai.

Igor Luis disse...

Passei depois de muito esforço, acho que não seria interessante eu entrar e ficar quietinho, vou ligar a minha ´´máquina´´ de destruição em massa de ideias idiotas e pensamentos elitistas!
Pode esperar, o Igor chegou!