quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

[Manuel Bandeira]

------
---
Madrigal Melancólico
---
O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.

A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.

O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.

O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.

O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E meu pai.

O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti - lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
(1920)

6 comentários:

Anônimo disse...

can u leave ur phone number to me???

Lutto T. Nebroso disse...

I never talk to strangers.

João disse...

Tá rindo, é? Não sou fácil não. Acho que invadiram esse lugar com mensagens instantâneas, na verdade. Mas não perco a viagem, digo, a piada.

Anônimo disse...

I will pass on your article introduced to my other friends, because really good!

Laninha disse...

Fudeu! Tu foi invadido mesmo, mermão... rs

Anônimo disse...

I think I come to the right place, because for a long time do not see such a good thing the!
Farming Net