terça-feira, 27 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
[Histórias mitológicas.]
"As cem melhores histórias da mitologia"
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Livro eletrônico
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Para baixar gratuitamente em:
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segunda-feira, 12 de julho de 2010
[Assovio de cobra.]
domingo, 11 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
[Milk Shakespeare.]
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[O amigo é um momento de eternidade.]
- O marido não deve ser o último a saber. O marido não deve saber nunca.
- A morte de um velho amigo é uma catástrofe na memória. Todas nossas relações com o passado ficam alteradas.
- O amigo é um momento de eternidade.
- O asmático é o único que não trai.
- Toda mulher bonita é um pouco a namorada lésbica de si mesma.
- O biquíni é uma nudez pior do que a nudez.
- O que atrapalha o brasileiro é o próprio brasileiro. Que Brasil formidável seria o Brasil se o brasileiro gostasse do brasileiro.
- Não admito censura nem de Jesus Cristo.
- Nada nos humilha mais do que a coragem alheia.
- Deus só freqüenta as igrejas vazias.
- Copacabana vive, por semana, sete domingos.
- Não ama seu marido? Pois ame alguém, e já. Não perca tempo, minha senhora!
- A fome é mansa e casta. Quem não come não ama, nem odeia.
- Todo ginecologista devia ser casto. O ginecologista devia andar de batina, sandálias e coroinha na cabeça. Como um são Francisco de Assis, com a luva de borracha e um passarinho em cada ombro.
- A verdadeira grã-fina tem a aridez de três desertos.
- No passado, a notícia e o fato eram simultâneos. O atropelado acabava de estrebuchar na página do jornal.
- Não reparem que eu misture os tratamentos de "tu" e "você". Não acredito em brasileiro sem erro de concordância.
- Nossa ficção é cega para o cio nacional. Por exemplo: não há, na obra do Guimarães Rosa, uma só curra.
- Os magros só deviam amar vestidos, e nunca no claro.
- Um filho, numa mulher, é uma transformação. Até uma cretina, quando tem um filho, melhora.
- O cardiologista não tem, como o analista, dez anos para curar o doente. Ou melhor: — dez anos para não curar. Não há no enfarte a paciência das neuroses.
- Não há ninguém mais vago, mais irrelevante, mais contínuo do que o ex-ministro.
- Nunca a mulher foi menos amada do que em nossos dias.
- O Natal já foi festa, já foi um profundo gesto de amor. Hoje, o Natal é um orçamento.
- Enquanto um sábio negro não puder ser nosso embaixador em Paris, nós seremos o pré-Brasil.
- Quem nunca desejou morrer com o ser amado nunca amou, nem sabe o que é amar.
- Se eu tivesse que dar um conselho, diria aos mais jovens: — não façam literatice. O brasileiro é fascinado pelo chocalho da palavra.
- Qualquer menino parece, hoje, um experimentado e perverso anão de 47 anos.
- Eu me nego a acreditar que um político, mesmo o mais doce político, tenha senso moral.
- Quero crer que certas épocas são doentes mentais. Por exemplo: — a nossa.
- Sexo é para operário.
- Morder é tara? Tara é não morder.
- Todo tímido é candidato a um crime sexual.
- Só há uma tosse admissível: — a nossa.
- Desconfio muito dos veementes. Via de regra, o sujeito que esbraveja está a um milímetro do erro e da obtusidade.
- Falta ao virtuoso a feérica, a irisada, a multicolorida variedade do vigarista.
[Poema V]
quem senão eu, te cantará primeiro. Quem senão eu
pontilhada de chagas, eu que tanto te amei, eu
que bebi na tua boca a fúria de umas águas
eu, que mastiguei tuas conquistas e que depois chorei
porque dizias: “amor de mis entrañas, viva muerte”.
Ah! Se soubesses como ficou difícil a Poesia.
Triste garganta o nosso tempo, TRISTE TRISTE.
E mais um tempo, nem será lícito ao poeta ter memória
e cantar de repente: “os arados van e vên
dende a Santiago a Belén”.
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Os cardos, companheiro, a aspereza, o luto
a tua morte outra vez, a nossa morte, assim o mundo:
deglutindo a palavra cada vez e cada vez mais fundo.
Que dor de te saber tão morto. Alguns dirão:
Mas se está vivo, não vês? Está vivo! Se todos o celebram
Se tu cantas! ESTÁS MORTO. Sabes por quê?
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“El passado se pone
su coraza de hierro
y tapa sus oídos
con algodón del viento.
Nunca podrá arrancársele
un secreto.”
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E o futuro é de sangue, de aço, de vaidade. E vermelhos
azuis, braços e amarelos hão de gritar: morte aos poetas!
Morte a todos aqueles de lúcidas artérias, tatuados
de infância, de plexo aberto, exposto aos lobos. Irmão.
Companheiro. Que dor de te saber tão morto.